Poucas pessoas conhecem as histórias dos lugares onde moram.
Já estamos tão acostumados a passar o dia do aniversário da cidade trabalhando, estudando ou aproveitando o feriado (no caso de cidades onde isso acontece) que nem buscamos saber o porquê daquele dia.
Mas é aquela velha história: “para entender o nosso presente e o nosso futuro, precisamos olhar para o passado”.
Mergulhe na história de São Mateus
São Mateus é uma cidade descoberta e fundada por colonizadores portugueses apenas 44 anos após o descobrimento do Brasil, em 1544, sendo considerada a segunda cidade mais antiga do Estado.
Lembra das suas aulas de história na escola e do que aprendemos sobre os padres jesuítas?
Pois então.
São Mateus ganhou esse nome por conta de um deles, o padre José de Anchieta. Ele visitou o município no dia 21 de setembro, dia de um evangelista chamado Mateus.
Primeiro vila, depois cidade
Mas não foi tudo tão rápido e simples do jeito que parece não. Até 1774, São Mateus ainda era considerada uma freguesia e apenas neste ano o lugar ganhou a alcunha de Vila.
Mais de 70 anos depois, em 1848, a Vila de São Mateus se elevaria, enfim, à condição de cidade através de uma Resolução Provincial.
Desde então, até chegar ao que é hoje, a formação administrativa da cidade passou por algumas resoluções, decretos e leis quanto a nomes e divisão territorial.
Porto era principal entrada de escravos no Brasil
O início da urbanização de São Mateus se deu com a construção da Casa de Câmara e também da cadeia, onde hoje funciona o Museu Histórico municipal, no Centro.
Um ótimo local para “turistar”, inclusive, o Museu Histórico apresenta peças da época da escravidão, ferramentas indígenas e utensílios, quadros e móveis antigos. Vale a visita!
Às margens do Rio São Mateus, os colonizadores estabeleceram o porto de São Mateus, que era o principal porto negreiro do Brasil Colônia até meados do século XIX. Através dele saía tudo o que era produzido na região.
A primeira fonte de renda do município foi a farinha de mandioca, seguida do café, da cana de açúcar e da madeira. Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais eram os estados que mais recebiam a mercadoria.
Construção de outros pontos históricos (e turísticos)
Até o final da década de 30, os principais meios de transporte em São Mateus eram os animais, os navios e o trem de ferro.
Os armazéns vendiam mercadorias aos moradores locais e aos da vila do interior e sertões, que também contavam com diversos colonizadores da Itália.
Já na década de 60, foi construído o Mercado Municipal, atualmente um dos principais atrativos gastronômicos e culturais da cidade.
Nele, é possível encontrar uma grande variedade de temperos e condimentos, artigos de palha, artigos de madeira, cestos e produtos para o preparo de comidas típicas.
Em 89, a Catedral de São Mateus era inaugurada. Projetada pela arquiteta Regina Céli de Albuquerque Machado, a igreja conta com linhas modernas e pinturas bizantinas do artista plástico Cláudio Pastro.
Fora outros cartões-postais religiosos que contam a história do município e que também valem a sua visita. São eles:
a Igreja Velha – projetada para ser a maior igreja da cidade, a mando dos jesuítas,mas que nunca teve as suas obras concluídas pelos escravos;
a Igreja Matriz – o templo mais antigo, localizada na praça municipal e caracterizada por diversos estilos como o colonial, o neoclássico e o rococó;
e a Igreja São Benedito, referência da cultura afro.
Quase cinco séculos de vida
Como vimos, São Mateus tem em sua raiz histórica forte ligação com os escravos, com a religiosidade e com o comércio, com destaque na área da agricultura.
Só em 2016, por exemplo, foram quase 19 mil cocos-da-baía e mais de 28 mil mamões produzidos!
Ainda no mesmo ano, o município foi classificado como o maior produtor de pimenta-do-reino do Espirito Santo e o terceiro maior de todo o Brasil. No total, 2.960 toneladas da especiaria produzidas!
Em resumo: são 473 anos riquíssimos em cultura, história e desenvolvimento social e econômico. Verdadeiro motivo de orgulho para todo Espirito Santo!
Vale conhecer 🙂